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    Após nos brindar com o álbum Clarone no Choro (2018), um álbum com clássicos do choro executados no Clarone, o primeiro da história da música brasileira de chorinho tendo tal instrumento como solista, o músico, maestro e diretor musical, Sérgio Albach está lançando o Clarone no Choro 2 – Novas Mídias.


   Desta vez, o trabalho será disponibilizado apenas digitalmente, não irá resultar em qualquer tipo de material físico. Clarone no Choro 2 - Novas Mídias compreende vídeos e gravações para streamings, além de um e-book com todas as composições.


   A gravação das músicas e dos vídeos será realizada no fim de agosto, entre os dias 22 e 25, mas o show de lançamento do projeto será dia 06 (domingo), às 11h30, no Conservatório de MPB, em Curitiba. A programação inclui também uma apresentação no Doce de Cidra, dia 16 de agosto, às 20h. 


    Com direção musical e arranjos de Daniel Migliavacca, o novo trabalho reúne 10 composições inéditas feitas sob encomenda por músicos convidados, especialmente para o projeto.

 

Entre eles: Pedro Paes, Léa Freire, Edu Neves, Claudio Menandro, Alessandro Penezzi, Gilson Peranzzetta, Lucas Melo, além do próprio clarinetista Sérgio Albach e do bandolinista Daniel Migliavacca.

 

“Fomos bem específicos ao convidarmos os compositores, estipulamos um gênero musical de acordo com o estilo de cada um, pedimos conforme a linguagem que cada um domina”, conta Albach.

 

Segundo o instrumentista, a escolha dos músicos não foi fácil e o desafio do convite era justamente compor considerando que as músicas seriam executadas por um regional de choro, tendo o clarone como instrumento solista. Além de Albach no clarone, o trabalho conta com Migliavacca no bandolim e cavaquinho, Gustavo Moro no violão, Lucas Melo no violão de 7 Cordas e Ricardo Salmazo no pandeiro.


   Ampliar, renovar e diversificar o repertório de músicas tendo o clarone como solista é o principal objetivo do projeto, de acordo com o clarinetista.  “A ideia era instigar os músicos a comporem para o clarone, é uma necessidade, coisas novas tem que ser feitas visando este instrumento que ainda vem sendo descoberto como solista”, declara Sérgio. 


   O primeiro concerto solo para clarone foi realizado em 1955, tendo como pioneiro o claronista tcheco Josef Horák (1931-2005). Se comparado com outros instrumentos clássicos como a flauta, o clarinete, o violino ou o piano, é tardio. “Não tem nenhum concerto, nenhuma obra dos grandes compositores eruditos do século XIX com este foco, demorou muito tempo para os compositores escreverem para ele”, lamenta.


   O próprio clarinetista é responsável por um feito inédito ao lançar um CD tendo o clarone como solista, Clarone no Choro, de 2018, é o primeiro do mundo. Diferente do atual projeto, o primeiro reunia choros tradicionais, que não foram compostos especificamente para o instrumento. O repertório incluía clássicos de Pixinguinha, Luiz Americano, Abel Ferreira, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Waltel Branco, Claudio Menandro entre outros.  


   Clarone no Choro 2 – Novas Mídias por tratar-se de um trabalho pensado particularmente nos recursos do instrumento reforça sua linguagem. “O ganho para a música é imenso, a execução se torna mais orgânica, o movimento dos dedos é mais natural. Estou muito feliz com a dedicação desses grandes compositores e do diretor musical que trouxe para o trabalho um pensamento musical de alta qualidade. Receber essas músicas me trouxe muita alegria”, comemora Sérgio.


   Maxixe, valsa, choro, polca, xote e frevo estão no sofisticado repertório. ‘Cigana do Guatambu’, maxixe que usa escala cigana na estrutura da composição, feita pelo carioca Pedro Paes, por exemplo, é uma homenagem ao próprio claronista. A clássica ‘Valsa Viva’ de Alessandro Penezzi também é dedicada a ele. Já a valsa com pegada mais contemporânea ‘Vila Real’ de Migliavacca, que brinca com o tempo através das flutuações de andamento, foi inspirada na cidade portuguesa onde o clarinetista vive atualmente.

 

A arisca gata de rua que mora por lá virou choro ‘GS’, por Albach que também compôs ‘Frevo Furado’. O renomado Gilson Peranzzetta traz um choro lento, ‘Sempre Juntos’. Cláudio Menandro fez um xote, ‘Chora, Clarone!’, com características bem nordestinas. ‘Desviando’, choro de Léa Freire flutua entre tonalidades. Edu Neves contagia com um choro sambado, bem dançante, ‘Bailando ao Luar’. E Lucas Melo com Porfiosa, uma polca clássica.


    “Como são músicas inéditas, estamos a todo vapor com os ensaios. Não vemos a hora de tocar ao vivo, além disso o público será nosso termômetro, a partir dessas apresentações vamos amadurecer o trabalho para a gravação”, comemora Albach que vai oferecer ainda como contrapartida do projeto uma Oficina da História do Choro.
 

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